top of page
business-insights-banner.jpg

Burning Out, Not Up: Os sistemas de saúde europeus conseguirão reter os jovens médicos?

No seguimento da nossa entrevista com a Dra. Rita Ribeiro - Presidente da Associação Nacional dos Estudantes de Medicina - e com o Dr. Andrea Caronna – ex-Presidente do Secretariado Nacional de Jovens Estudantes de Medicina de Itália – gostaríamos de destacar alguns pontos relevantes que ambos jovens médicos de Portugal e Itália partilham.



Ambos os países, como muitos outros, atravessam uma situação crítica no domínio do setor público da saúde, caracterizada por recursos limitados, fluxo de médicos para o estrangeiro, salários estagnados, infra-estruturas a necessitar de manutenção e uma escassez significativa de recursos humanos.

 

Em Itália, o Sistema Nacional de Saúde tem sido frequentemente descrito como “uma máquina inadequadamente revista”, com intermináveis listas de espera que levam a atrasos de até dois anos para intervenções cirurgicas críticas. O conceito de sistema de saúde já não pode limitar-se ao tratamento de doenças, deve também incluir uma abordagem mais robusta no que concerne a prevenção.

 

É uma percepção comum entre os jovens médicos que esta nova geração de estudantes de medicina valoriza o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, assim como, uma formação médica mais prática e inovadora, que incorpore sistemas e metodologias digitais aliadas às teorias tradicionais. No entanto, a voz dos estudantes (não apenas na comunidade médica, mas em geral) ainda está largamente sub-representada e, por vezes, não lhe é dada a devida consideração pelas instituições médicas e académicas.

 

A falta de clareza sobre o futuro da profissão e das oportunidades de especialização também contribui para a incerteza e desilusão dos estudantes. É essencial que este setor se adapte rapidamente às mudanças culturais, políticas, digitais e científicas para responder às necessidades e expectativas desta nova geração.

 

Existe uma tendência cada vez mais evidente no panorama médico contemporâneo dos jovens médicos em seguirem as suas carreiras no estrangeiro, em vez de as exercerem no seu próprio país. Este fenómeno tornou-se muito mais comum nos últimos anos, com uma percentagem significativa de profissionais a optar por este caminho.



Em Itália, por exemplo, estima-se que na última década 8% dos jovens médicos tenham optado por se mudar para o estrangeiro para exercer a sua profissão. Embora estes dados não representem a profissão médica italiana, destacam uma tendência alarmante que não pode ser ignorada.

 

Mesmo em Portugal, apesar da população ser menor à italiana, não faltam jovens médicos que decidem emigrar para outros países para iniciar a sua carreira médica. Estima-se que cerca de 200 estudantes por ano saiam de Portugal em busca de oportunidades de trabalho no estrangeiro.



 
Chiara Rinaldi - Global Account Executive

Em conclusão, embora Itália e Portugal enfrentem desafios semelhantes no sector da saúde, as perspectivas e aspirações dos jovens estudantes de medicina podem variar dependendo do contexto nacional. No entanto, existe consenso sobre a necessidade de reorganizar os sistemas de saúde para enfrentar os desafios actuais e satisfazer as necessidades da nova geração de médicos.


Comments


bottom of page