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Compreender a Jornada do doente: Um imperativo para Cuidados de Saúde mais eficazes

  • Foto do escritor: Francisca Caldeira
    Francisca Caldeira
  • 6 de jun.
  • 2 min de leitura

Vivemos um momento de transformação profunda na forma como os cuidados de saúde são pensados e prestados. As inovações terapêuticas sucedem-se, os serviços tornam-se mais digitais, e os modelos de organização estão em constante reconfiguração.


No entanto, paralelamente a este progresso, persiste uma questão fundamental: compreendemos verdadeiramente o que os doentes vivenciam, em todos os momentos da sua jornada, incluindo o seu percurso no sistema de saúde?


A essência da Jornada do doente vai muito além de diagnósticos e tratamentos. É feita de decisões, dúvidas, expectativas e obstáculos – muitos dos quais permanecem invisíveis às métricas tradicionais.


Compreendê-la é mais do que um exercício de empatia: é uma ferramenta essencial e estratégica para melhorar resultados e orientar ações mais alinhadas com as necessidades reais dos doentes e todo o circuito envolvente.


 

Porquê falar em Patient Journey agora?

Num contexto marcado pela fragmentação dos cuidados, pela pressão crescente sobre os recursos e pela complexidade das trajetórias clínicas, torna-se essencial adotar uma perspetiva mais integrada sobre o sistema de saúde.


Construir a Patient Journey permite:

  • Compreender o doente em todas as dimensões da sua vida (avaliação 360º) – captando uma visão realista e pessoal da sua vivência/da sua experiência daqueles que o rodeiam;


  • Caracterizar os percursos reais dos doentes, mapeando os diferentes momentos de interação com o sistema de saúde, desde os primeiros sinais de doença até ao seguimento pós-tratamento;


  • Identificar variações relevantes entre diferentes contextos socio-demográficos e/ou modelos de organização (e.g., cuidados públicos vs. privados);


  • Compreender os tempos entre as várias etapas da jornada;


  • Identificar pontos de ineficiência e descontinuidade – processos onde podem ocorrer perdas de informação, atrasos no acesso, duplicação de exames, falhas de articulação entre cuidados primários, hospitalares e comunitários, etc.;


  • Analisar determinantes de comportamento e decisão, incluindo perceções de risco, padrões de procura, défices de literacia em saúde e fatores que condicionam a adesão terapêutica;


  • Avaliar a adequação da comunicação e das intervenções, cruzando necessidades reais com as respostas oferecidas pelos vários stakeholders;


  • Gerar conhecimento acionável para a tomada de decisão, orientando soluções mais centradas no doente e mais eficazes do ponto de vista clínico, económico e operacional.

 


Mas como se constrói, na prática, uma Patient Journey?

A construção de uma Patient Journey exige metodologias que integrem abordagens convencionais, como entrevistas, focus groups e questionários sendo frequentemente combinadas com métodos mais diferenciadores – como sessões imersivas, jornadas etnográficas, diários digitais ou workshops de co-criação/design thinking com doentes e/ou profissionais de saúde.

 

A combinação destas abordagens permite construir uma visão integrada do doente, ao identificar pontos críticos e barreiras nas várias etapas do percurso, sinalizando oportunidades de melhoria que se traduzem em recomendações práticas para otimizar experiências e resultados.


 

Compreender para transformar

Estudar a Patient Journey não é apenas uma ferramenta analítica – é um ponto de partida para melhorar a forma como os cuidados são pensados, prestados e comunicados. É ver o sistema de saúde de forma mais integrada, mais clara e mais estratégica.




Francisca Caldeira - Business Insights Qualitative Executive @2Logical
Francisca Caldeira - Business Insights Qualitative Executive @2Logical


Na 2Logical, ajudamos a transformar complexidade em clareza e dados em ação, com o objetivo de apoiar intervenções mais eficazes e mais ajustadas às realidades vividas.

 


 
 
 

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